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Foto do escritorBatom Na Pista

BNP Entrevista: Sérgio, preparador físico da KTF Sports

Preparador físico tanto da Stock Car quanto da Fórmula 4 pela KTF Sports, Sérgio teve um bate-papo com o Batom Na Pista no fim de semana da Super Final das categorias em Interlagos. Sendo assim, nesta entrevista ele conta um pouco a respeito do seu trabalho, além de conceder alguns detalhes da preparação física e mental de pilotos de alto rendimento.


Por: Redação.


Foto: Divulgação/KTF Sports

Como é o preparo dos atletas para uma etapa?

Bom, é meio complicado. Eu viso muito o autódromo e como estão as condições do clima. Se você observar, do início da semana pra cá foi só aumentando a temperatura, né? Então eu tive que fazer uma preparação junto com o nutricionista do que eles têm que comer e o tipo de hidratação, por ser muito mais especial esse fim de semana.

E como é a rotina do piloto durante o final de semana? A dieta é mais regrada?

É mais regrado, eles tiveram folga até quinta-feira. Quinta-feira podiam comer à noite o que quisessem para hoje já ser regrado. Todos têm que estar dormindo às 22h e eles têm que jantar até às 20h, depois disso mais nada, só ali no líquido, porque sábado e domingo vai estar muito complicado o tempo.

Foto: Divulgação/KTF Sports

Como foi trabalhar como preparador físico da F4 no ano de estreia da categoria no Brasil?

Foi muito desafiador, porque a galera que está na Fórmula 4 veio do kart. O kart é profissional, mas para eles é muito recreativo, né? E a gente está falando de uma fórmula FIA, que tem uma exigência maior, tanto no investimento como no comportamento, então é um pouco complicado para a cabecinha deles, né? Então, eles tiveram que aprender a estar no horário, obedecer algumas regras, se alimentar direito, se hidratar e respeitar esse preparo físico porque é totalmente diferente do kart. O carro exige muito deles, principalmente a força G. Então foi bem desafiador, mas foi legal. Gostei muito.

Por serem pilotos mais jovens, você acha que a preparação dos atletas da F4 é mais fácil ou mais difícil comparada aos da Stock?

Olha, eu diria um pouquinho mais difícil. Porque de novo, eles estão vindo do kart, não tiveram contato com nenhum tipo de fórmula. Então eles vieram do kart e o kart é profissional, mas é mais divertido, é mais descontraído. Aqui não. Tem tempo da preparação física, do alongamento, do aquecimento. Foram todos pegos de surpresa, né? Então tiraram eles do kart e jogaram na fórmula. Eles ficaram meio perdidos, mas foram crescendo e entendendo. Foi muito legal isso porque a grande maioria vai para Europa e lá a exigência é grande também, então chegando ali já saberão como é o comportamento. Lá o pessoal é mais seco, aqui é mais brincalhão. O brasileiro é mais descontraído, né? O Gabriel Bortoleto, que é um piloto que corre lá fora já tem alguns anos, ele sentiu isso e agora já se adaptou. Ele fez uma preparação comigo online lá e quando estava no Brasil, a gente faz uma pré-temporada bem firme, né, então tá sendo legal, estou gostando.

Foto: Divulgação/KTF Sports

Um ponto muito importante além do preparo físico é o preparo mental. Como é feito esse trabalho com os pilotos, principalmente os da F4?

Funciona assim: o Enzo - CEO da KTF - usa de uma ideia europeia, ou seja, o preparador físico fica ligado 24 horas. Então em qualquer horário ele pode ligar pra mim. Só que temos acompanhamento psicológico, um médico, um psicólogo que nos acompanha... Então, quando chega o momento antes das etapas, todos passam pelo psicólogo de acordo com as necessidades, vão minimizando os atritos mentais que eles têm quando tem algum problema durante a corrida. Imediatamente eles ligam, entram em contato com o psicólogo e ele dá todo o apoio que eles precisam. Eu tô aqui, sou o “paizão”. O que eles precisarem, eu tô aqui pra ajudar.


Quais são as principais diferenças entre o trabalho que você faz com os pilotos da Stock e da F4?

O primeiro ponto é a idade, né, totalmente diferente. A Stock trabalha com termos de temperatura corpórea muito altos. Eles têm um carro fechado, não tem ventilação quase nenhuma, então o trabalho da Stock é muito mais incisivo, né? A fórmula, pensando em temperatura, não sofre tanto. O sofrimento da fórmula é bem menor comparado ao esforço físico da Stock. Isso é mais suave, mais tranquilo para eles (pilotos de F4). Não enfrentam temperatura porque tem o vento batendo a favor e tem também o tempo de prova. Para fórmula você tem 25 minutos, 30 minutos dependendo se tiver alguma bandeira. Stock não, é uma hora direto dentro do carro, então é muito mais puxado por isso.

Foto: Divulgação/KTF Sports
















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