Muito se falou sobre a ida do jovem piloto para a equipe britânica, mas, o que poucos sabem, é qual teria sido o real motivo por trás da troca de time.
Por: Isabela Maria, Setorista.
O que começou sendo um rumor antes das férias de verão da temporada 2022 da Fórmula 1, se concretizou no dia 4 de Julho. A contratação do australiano gerou uma polêmica tão grande, que foi preciso que a situação passasse pela JRC (Junta de Reconhecimentos de Contratos da FIA) para que fosse analisado se o vínculo entre o piloto e sua nova escuderia era legal ou não.
Oscar pertencia à Academia de Jovens pilotos da equipe BWT Alpine F1 Team. Ele passou a integrar o time em 2020, após ter vencido a Fórmula Renault Eurocup. Desde o início de sua carreira, Piastri sempre mostrou ser um jovem prodígio, acumulando troféus de campeão da Fórmula 3 e Fórmula 2. A Alpine via na equipe um futuro para o jovem australiano e, inclusive na temporada de 2022, Piastri estava como piloto reserva do time.
No entanto, o que poucos sabem é que o piloto deixou a escuderia francesa pelo fato dele e de seu empresário Mark Webber - ex-piloto de Fórmula 1 - estarem decepcionados pela maneira em que a equipe estava tratando a carreira automobilística do australiano. Eles alegaram que a Alpine não estava dando a visibilidade que Piastri merecia e, pensando nisso, optaram por procurar outros times que pudessem trazer a visibilidade que a gestão de Oscar estava procurando.
O fator decisivo para a saída ocorreu quando Webber propôs para o então atual time do piloto que Oscar
Piastri tivesse um contrato até 2023, sendo abordado da seguinte forma: ele continuaria como piloto reserva durante o ano de 2022, mas a equipe teria que garantir que entre os anos de 2023/2024 o jovem tornaria-se titular.
Como Mark não teve sua expectativa alcançada - já que o empresário alegou que todos os contratos que recebeu tratavam Piastri apenas como piloto reserva e não como titular -, decidiu junto ao seu assessorado procurar uma oportunidade em um lugar distinto. Foi nesse momento que a McLaren entrou em cena, demonstrando um grande interesse pelo jovem.
É importante ressaltar que a McLaren passava por momentos difíceis já que um dos seus pilotos titulares, Daniel Ricciardo, não apresentava um bom desempenho durante a temporada 2022 pilotando o MCL36. Devido a todos esses problemas de não adaptação, a equipe britânica começou a cogitar a busca de novas possibilidades para o ano que estava para chegar. Sendo assim, o próprio time avisou Ricciardo que seu contrato que iria até o final do ano de 2023, poderia ser rescindido.
Os rumores a respeito da contratação de Piastri só vieram à tona quando o bicampeão de Fórmula 1, Fernando Alonso, anunciou o fim do seu vínculo com a Alpine para ocupar o lugar do tetracampeão Sebastian Vettel que tinha acabado de anunciar sua aposentadoria e, consequentemente, sua saída da Aston Martin.
O fato da equipe francesa ter sido pega de "surpresa" com a saída do espanhol provocou que eles anunciassem às pressas Oscar Piastri como piloto titular, sem saber que o mesmo já estava em processo de negociação com a McLaren.
O conflito cresceu tanto, que a contratação do australiano pela McLaren precisou passar pela JRC para saber se era legítima já que Oscar tinha contrato com os franceses até 2023. Ademais, o diretor da Alpine, Otmar Szafnauer, chegou a fazer várias acusações relacionadas ao piloto, inclusive questionando a integridade dele já que era membro da Academia de Pilotos desde 2020.
Por fim, a decisão final sobre o vínculo Piastri x McLaren foi dada pela Junta de Reconhecimento de Contratos da FIA. A entidade recebeu da Alpine uma "Folha de Termos" que, após ser analisada, concluiu-se que não teria validade contratual. Como mais nada foi apresentado pela equipe francesa, a JRC entendeu que o time britânico era o único com um contrato realmente válido com Oscar para 2023.
O ano de 2023 se iniciou e Piastri se mostra muito satisfeito com sua nova "casa". Agora, grande parte dos holofotes estão voltados para o jovem piloto australiano que correrá ao lado de Lando Norris.
Na última quinta-feira (03), o MCL35 - carro de 2021 - foi para as pistas devido aos testes em Barcelona. O primeiro a pilotar o monoposto foi Norris e, em seguida, foi a vez do novato dirigir o antigo carro.
Em um vídeo postado recentemente pela McLaren, Piastri revelou suas perspectivas para o seu desempenho no ano de estreia:
"Eu realmente ainda não sei, mas pessoalmente só quero tentar aprender o máximo possível. Se nós conseguirmos alguns bons resultados, isso seria um bônus. Há muito a aprender no mundo da F1 e se eu estiver seguindo tudo da melhor maneira possível, aprendendo e fazendo tudo corretamente, creio que os resultados virão naturalmente."
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