O tradicional circuito de Spa-Francorchamps renovou seu contrato com a Fórmula 1 até 2031, mas sob um novo esquema de rodízio que exclui a pista do calendário em 2028 e 2030.
Por: Laura Roveroni

Embora a F1 tenha anunciado a renovação do GP da Bélgica, a felicidade daqueles que gostam do icônico traçado foi substituída pela confusão. A pista de Spa entra no novo sistema de rodízio da categoria, o qual visa colocar mais circuitos no calendário sem aumentar o número de 24 corridas por ano.
Essa novidade reflete a crescente pressão para abrir espaço a novos traçados, principalmente em mercados estratégicos como os Estados Unidos. Com o rodízio, Spa-Francorchamps garante presença no calendário sem a necessidade de arcar anualmente com os elevados custos de organização.
No entanto, é crucial analisar criticamente os impactos desse modelo. Estaria a Fórmula 1 priorizando mercados mais rentáveis em detrimento de sua essência histórica? A ausência de Spa em anos alternados pode enfraquecer a conexão com os fãs que valorizam circuitos clássicos. Além disso, a rotação pode perpetuar a já caótica logística do campeonato, comprometendo a sustentabilidade e o equilíbrio de um evento global.
Outro ponto que merece atenção é o cenário deixado pela saída de Zandvoort após 2026. Embora isso abra espaço para outras pistas, há uma crescente dúvida se essas vagas serão ocupadas por pistas diversificadas ou por novas corridas nos Estados Unidos, um mercado claramente favorecido nos últimos anos.
É inegável que a Fórmula 1 busca equilibrar tradição e inovação, mas será que o modelo de rodízio consegue atender ambos lados? A manutenção de circuitos clássicos, como Spa-Francorchamps, precisa ser repensada de maneira que preserve sua relevância histórica e atenda às demandas financeiras e logísticas do campeonato. A F1 corre o risco de diluir sua identidade se ceder excessivamente às pressões comerciais. O futuro do calendário deve ser traçado com um olhar estratégico, priorizando equilíbrio, diversidade e respeito à sua rica herança.
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