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O início de temporada da McLaren: Declínio e queda da escuderia inglesa ou má fase?

Com um começo de ano nada satisfatório nos Grandes Prêmios de Bahrein e Jeddah, a equipe de Woking fez mudanças no time, algumas melhorias no carro e finalmente conseguiram marcar seus primeiros pontos em Melbourne.


Por: Isabela Maria, Setorista.


Foto: Reprodução/Motorsport Images

Em fevereiro deste ano, a McLaren apresentou para o mundo o MCL60, carro da temporada 2023. O monoposto tinha como intuito apresentar uma evolução em termos de conceitos aerodinâmicos, principalmente sobre o uso dos sidepods (parte lateral dos carros de Fórmula 1).


De forma ousada, reforçaram as peças e o novo carro apresentou um rebaixamento maior, significando que a equipe deixou seu conservadorismo de lado principalmente quando o assunto foram as demandas de resfriamento que, inclusive, foi planejado e construído de acordo com as novas regras de solo da categoria.


O time começou a perceber os erros de desenvolvimento do projeto ainda durante os testes de pré-temporada no Bahrein. Como não conseguiram atingir as metas esperadas, gerou-se uma grande

preocupação nos idealizadores. Esse foi o primeiro alerta de que o monoposto precisaria de muito trabalho para se igualar aos mais rápidos do grid.


O primeiro Grande Prêmio da temporada aconteceu no mesmo local dos testes. O abandono de Oscar Piastri em sua estreia e Lando Norris tendo que fazer seis paradas nos boxes por apresentar problemas, definiram o final de semana desastroso da McLaren.


A segunda corrida ocorreu em Jeddah e a escuderia se mostrava otimista e esperançosa de que poderia finalmente marcar os primeiros pontos. Contudo, o que o GP da Arábia Saudita trouxe para a equipe foram duas asas traseiras quebradas, um P15 com Piastri e um P17 com Norris. A má fase estava instaurada.


O time inglês pegou a todos de surpresa quando anunciou em março, antes do GP da Austrália, a saída repentina de James Key, o diretor técnico. Além disso, também foi anunciado que estavam passando por mudanças visando obter resultados satisfatórios.


Quando questionado a respeito, Zak Brown, CEO da McLaren, mostrou uma grande insatisfação com o comando de Key.


“Há algum tempo estava claro para mim que nosso desenvolvimento técnico não avançou na velocidade necessária para nos fazer voltar à frente do grid. Depois de discutir o tema com Stella (chefe da equipe), vamos implementar as mudanças para retomar nosso caminho.”

Com a saída de James, a sua antiga função ficou dividida em três, com os novos integrantes respondendo diretamente para Andrea Stella.


“Olhando adiante, estou determinado e plenamente concentrado em levar a McLaren novamente ao pelotão da frente”, destacou Andrea.

Dessa forma, com as novas divisões do cargo, Peter Prodromou assumiu a função de Diretor Técnico de Aerodinâmica, David Sanchez ficou como Técnico de Desempenho e Conceito do Carro e Neil Houdley foi promovido a Diretor Técnico de Engenharia e Design.


Giuseppe Pesce é o novo Diretor do Departamento de Aerodinâmica e se reporta diretamente para Prodromou. Já Piers Thynne assume o cargo de Diretor Operacional.


Todas essas trocas vieram com o intuito de aperfeiçoar as atualizações de infraestrutura que o MCL60 terá ainda este ano.


Foi em meio ao caos do GP em Melbourne que a escuderia ficou pela primeira vez em 2023 na zona de pontuação. Lando e Oscar conseguiram escapar da confusão que aconteceu no Circuito de Albert Park e ambos receberam a bandeirada da maneira que estavam aguardando desde o início da temporada. Correndo em casa, o novato Piastri conseguiu um P8 enquanto seu companheiro de equipe, Norris, conseguiu um P6 mostrando novamente que é um dos pilotos mais promissores do grid.


Mesmo se tratando de algo circunstancial, não podemos tirar todo mérito e esforço tanto do time que fez algumas melhorias no carro antes da etapa, quanto da dupla. Sobre os resultados conquistados na Austrália, Stella disse:


“Não somos levados pelo entusiasmo. Sabemos que foi uma corrida movimentada, mas é sempre bom marcar pontos após algumas corridas complicadas no começo da temporada, onde conseguiríamos somar pontos, mas por várias razões, não conseguimos. É bom voltar para casa com alguns pontos."

Aproveitando esse extenso período sem corrida, a McLaren realizou testes em Ímola com o carro de 2021 para ver o que pode ser aperfeiçoado nas atualizações do monoposto atual. A próxima atualização está prevista para acontecer no Azerbaijão, sede da próxima prova.


“Sabemos que em Baku começa uma nova fase da temporada com as primeiras atualizações. Não serão grandes mudanças, mas é o primeiro passo em nosso plano para ter mais pacotes. Esperamos poder lutar por pontos com méritos no futuro, e não apenas em corridas muito movimentadas", comentou o chefe da escuderia.
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